5 e (½) decisões para você tomar agora e deixar de ser pobre!

Dou início a esse artigo dizendo que, o dinheiro é um servo exemplar, mas um mestre perverso, que irá lhe exigir até sua última gota de suor, enquanto você for capaz.

Frase “pesada”? Sim, e assim deve ser.

Ou você aprende a colocar o dinheiro para trabalhar para você, ou passará a vida inteiro sendo escravo do dinheiro.

Por isso, hoje quero trazer 5 decisões e (½) que você deve tomar agora caso queira mudar de vida e deixar de ser pobre.

A meia (½) decisão a qual esse título se refere é você continuar acompanhando esse artigo. E quero dizer que, tenho absoluta certeza, mesmo após esse texto, ainda teremos pessoas que não tomarão essas decisões e continuarão pobres. A decisão, obviamente é sua.

Vamos voltar um pouco no tempo

Engana-se quem pensa que sempre tive uma condição financeira que me possibilitasse tomar decisões libertárias nessa vida.

Trabalhando desde os 16 anos de idade. Meu primeiro emprego foi de arquivador de apólices em uma corretora de seguros.

Você sabe o que é isso? Ficar o dia todo, em meio a papeis arquivando folha a folha naqueles fichários antigos de arquivo.

O que para muitos seria um trabalho insignificante, ganhando R$ 150 na época para ficar arquivando apólices, para mim foi algo que me fazia desafiar o simples.

Sempre busquei fazer mais do que me era esperado.

Lembro de ter sugerido melhorias no processo de arquivamento e guarda de todas as apólices de maneira que os documentos seriam muito mais facilmente encontrados quando necessários.

Na época, e da minha maneira criei uma simples planilha onde era possível informar o nome do cliente e a planilha retornar exatamente aonde a apólice estava guardada. Isso não era esperado que eu fizesse, mas fiz.

Não era porque recebia um baixo salário em um emprego medíocre que eu assim deveria agir.

Tampouco deveria me conformar com esse trabalho, e assim fui passando por outras companhias. E detalhe, antes de pensar em quanto receber eu pensava em como eu poderia me desenvolver.

Trabalhei em empresas como o Procon do Paraná, onde me tornei estagiário nos antigos CPDs (Centro de Processamento de Dados); posteriormente fui para o SERPRO Paraná, também como estagiário em um setor de desenvolvimento de sistemas.

O mais insano dessa fase é que eu não sabia absolutamente nada de desenvolvimentos, e deixei claro para meus empregadores da época afirmando que deveriam me dar uma chance, até porque não saber era diferente de não conseguir fazer.

Lembro de me darem 30 dias de prazo para eu aprender a desenvolver em uma linguagem de programação que eu não fazia ideia de como funcionava. Mas, fiz, aprendi, peguei livros em bibliotecas, me debrucei e continuei no emprego.

Tinha nessa época 20 anos, recém passado por serviço militar. Mas a questão é que não somente aprendi a desenvolver como também fui transferido para outro departamento para auxiliar outros desenvolvedores da época. Meu grau de conhecimento já era notado.

E assim como os empregos anteriores, era mais um trabalho onde o salário era baixo. E da mesma maneira, isso não me impedia de buscar o conhecimento intenso.

Do SERPRO acabei indo para uma grande multinacional: a Renault do Brasil. Orgulho para meus pais.

E novamente, como estagiário da área de sistemas. Pensava comigo mesmo que eu acabaria me aposentando como estagiário, era só esse tipo de emprego que conseguia.

Mas nunca esqueço a maneira pela qual eu chamei atenção do gerente da época em meio a diversos outros candidatos do processo seletivo. Por ser uma multinacional havíamos que escrever uma redação em inglês. Detalhe, eu não sabia absolutamente nada de inglês.

Em meio a prova, alguns candidatos questionaram os avaliadores sobre o que fazer caso não soubessem inglês. A reposta foi para tentarem em espanhol. Outros rebateram também o fato de não saberem ambas as línguas.

Já ouviu aquele ditado que: de um limão faça uma limonada? Nesse momento, olhei para um lado, uma menina escrevendo em espanhol, do outro lado, outra pessoa escrevendo em português.

Pensei comigo, todos aqui aparentemente são medianos, tenho uma única oportunidade de me diferenciar da massa: escrever qualquer coisa que eu consiga em inglês.

E assim fiz. Em inglês obviamente, comecei algo do tipo “Meu nome é Paulo, tenho X anos. Gosto de comer banana, maça…minha irmã se chama Camila..” e assim foi. Um texto completamente sem pé nem cabeça, mas no mínimo em inglês.

Assim passei para a próxima fase do processo de seleção. Lembro de na entrevista, já com o gestor de área, ele citar esse fato, dar uma risada e dizer que de certa forma isso chamou atenção.

Resultado, por fugir da mediocridade, mostrar a capacidade de pensar diferente e de ter determinação, fui contratado para trabalhar com um sistema que se quer sabia que existia. Mais uma vez, entra o processo de aprendizado.

Resumo da obra, foram alguns anos de intensos desafios, busca de conhecimento e crescimento constante dentro da companhia. Sempre fazendo mais do que me era solicitado.

Um parêntese, foi nessa época que conheci e construí laço matrimonial com a Sthefanie.

Dessa época em diante, não menos importante, mas para não alongar o texto em demasia, passei por outras companhias tão boas quanto: desde consultoria até outra multinacional.

Tudo indo de vento em popa até que resolvemos empresariar em negócio próprio. Foi quando em meio à crise de 2016 literalmente quebramos. Nessa ocasião já tínhamos nossas duas filhas pequenas de menos de 2 e 1 ano.

Não digo que foram decisões equivocadas, até porque foram decisões que nos fizeram crescer e amadurecer. E se isso me abalou? Sim! Mas aproveite as oportunidades que a vida lhe oferece.

Foi nessa época que comecei a me apaixonar pelo mercado financeiro e por tudo que ele poderia propiciar para mim e para minha família. Desde então nossa vida deu uma bela de uma guinada. Em outros artigos posso aprofundar melhor.

Então tenha em mente: todo fracasso traz consigo uma semente do sucesso. E tudo que passei (passamos) foi de extrema importancia para chegarmos onde estamos hoje.

E essência de toda essa história que contei se resume a poucas palavras: determinação, foco, disciplina e estudo.

E aqui começo as 5 decisões que você precisa tomar em sua vida caso queira nunca mais ser pobre.

Invista em si próprio

Começo o primeiro dos desafios dando, talvez, um banho de água fria em quem pensou que falaria para começar a investir em ativos do mercado financeiro.

Investir seu dinheiro em ativos é sim muito importante, mas o ativo mais importante da sua vida, é conhecimento.

De nada adianta você investir seu capital em um título do tesouro direto se você não sabe o que está fazendo.

Ou as vezes até sabe, mas será que é a melhor opção? Nem sempre.

Muitos acreditam que investir em conhecimento é fazer uma faculdade. Pense friamente o quanto você aprendeu na faculdade e o quanto você aprendeu na vida real.

Não estou falando para você fazer uma faculdade, tampouco dispender de grandes volumes de dinheiro.

Vamos supor que, se ao invés de investir R$ 100 no Tesouro Selic, você comprasse 2 livros sobre como investir melhor? Dependendo do livro você consiga comprar até 3 livros pelos mesmos R$ 100.

Será que essa mudança de foco não lhe traria um conhecimento muito maior, que lhe possibilitaria também investir e ter um retorno muito melhor no futuro?

E não para por aí. E se fossem livros que agregassem em sua vida profissional? Que lhe possibilitassem você se desenvolver, ganhar até mais dinheiro e poder investir cada vez mais?

Quer abrir um negócio digital? Tem livro que fala sobre. Estude! Invista em conhecimento!

Tenha determinação

Você provavelmente já ouviu falar que o brasileiro gosta de deixar tudo para a última hora.

Desculpe, mas isso é coisa de gente medíocre. Antes que alguém se sinta ofendido, a definição de medíocre segundo dicionários é: de qualidade média, comum; mediano, meão, modesto, pequeno.

E quando trazemos isso para o campo financeiro, não é incomum ouvirmos: preciso começar a investir, preciso começar a estudar, preciso começar a guardar dinheiro.

Gente! Vamos tomar vergonha! Comece! Tenha determinação, tenha atitude.

Você já imaginou se eu tivesse, em meu primeiro emprego, parado e pensado: preciso arranjar um emprego melhor. Isso basta? Não! Você não é uma árvore, mova-se.

  • Quer começar a poupar? Se organize, reduza seus custos, poupe;
  • Quer começar a investir? Comece! Não sabe? Comece com pouco, estude, erre, tente novamente.
  • Quer receber uma promoção no trabalho? Se aperfeiçoe, busque conhecimento, faça mais do que lhe pedem.

Você não é uma árvore! Quer crescer, ganhar mais dinheiro e investir melhor? Mova-se.

Seja responsável financeiramente

Já ouviu a história do ativo e passivo? Se não ouviu e não sabe do que se trata, veja esse outro artigo que explico em detalhes.

Mas em linhas gerais, passivos são bens que tiram dinheiro do seu bolso, e ativos (o que temos que focar) são bens que colocam dinheiro em nosso bolso.

Parece simples? Então porque muita gente não consegue ver um lançamento qualquer e corre para adquirir aquele bem que, muitas vezes lhe deixará mais pobre?

E detalhe, na grande maioria das vezes toma esse tipo de atitude com dinheiro que se quer o tem, o faz parcelado, no crédito.

Parece simples? Então porque muita gente se enfia em financiamento de casa e carro quando existem opções mais saudáveis?

“Ah, é questão emocional. Meu sonho, meu porto seguro.”

Não quero dizer para você deixar de realizar seus sonhos, mas será que você os está realizando no momento certo? Não tem justificativa racional para convencer a emoção, mas procure não ser juvenil com relação a seu dinheiro.

Ricos compram passivos? Claro que compram, a medida que seus ativos (bens que colocam dinheiro no seu bolso) possibilitam a compra desses passivos.

Seja o mestre, e não o escravo

No início desse artigo eu mencionei a seguinte frase: o dinheiro é um servo exemplar, mas um mestre perverso que irá lhe exigir até a última gota de suor.

Agora eu lhe perguntaria: por que você trabalha?

Alguns dirão: porque gosto.

Muito bom, mas se você não precisasse desse trabalho para pagar suas contas, comprar comida, roupa e manter uma família, continuaria trabalhando no mesmo lugar ou buscaria fazer outra coisa da sua vida?

Alguns dirão: continuaria trabalhando no mesmo lugar. Amo aquele lugar.

Excelente, mas e se agora você perdesse esse seu emprego, teria condições de se manter com o mesmo padrão de vida? Como ficaria aquele financiamento, empréstimos, assinaturas, mercado, farmácia, escola e assim por diante?

“É…veja bem”

Veja bem? Vou te dizer que em raríssimas exceções, a grande maioria dos brasileiros é um mero escravo moderno. Escravo do emprego.

E se você quer deixar de ser esse tipo de escravo, tudo o que eu disse até o momento é extremamente válido, agora, você precisa aprender a colocar o dinheiro para trabalhar para você.

O dinheiro deve ser seu servo, e não o contrário!

E quanto mais dinheiro trabalhando, mais servos você terá, ao ponto que esses servos gerarão mais servos e você não precisará mais trabalhar por motivo de sobrevivência genuína.

E como faz isso? Investindo seu dinheiro! Não sabe como? Tem inúmeros artigos aqui no site para lhe auxiliar, inclusive um em especial: Passo a passo para começar a investir

Diversifique suas fontes de renda

Continuando na mesma linha que abordamos no último tópico. Você precisa também, gradativamente, ampliar suas fontes de receita.

Não seja dependente exclusivamente de uma única fonte, caso contrário, se a fonte secar você não terá o que beber.

Alguns ficam preocupados em como gerar outras fontes, acreditando que as únicas opções de receita são trabalho (emprego) e negócio próprio.

São sem dúvidas opções, mas gente, estou há mais de ano aqui no SaldoZero falando sobre renda passiva.

Vamos supor que você passe anos trabalhando e investindo seu capital em fundos imobiliários ou ações pagadoras de dividendos. Caso você perca seu trabalho, será um momento triste, mas talvez não seja tão impactante caso você tenha fontes relevantes provenientes desses ativos.

São as melhores opções? Não disse isso, mas digo que você precisa buscar mais fontes de rendas, mais ativos. Portanto, procure não concentrar uma única fonte. Diversifique.

Um plus: não seja obeso mentalmente

Essa última decisão é para eu lhe perguntar: depois de tudo que falei, o que você fará? Conhecimento sem a prática é pura ignorância.

Você pode fazer esse exame de consciência e tomar decisões sábias agora ou continuar na mesma: tenho que poupar, tenho que mudar, tenho que fazer…

Não espere amanhã, pois pode ser que o amanhã seja sempre um simples amanhã: amanhã, amanhã, amanhã… eu faço. E nunca faz.

Inclusive, como diz T.Harv Eker, pessoas de mentalidade rica fazem as coisas acontecerem. Espero que esse seja seu caso.

Por aqui eu fico. Sou Paulo Boniatti, um forte abraço e tchau!

Escritor, autor do livro Montando uma Carteira de Investimentos Inteligente. Paulo Boniatti é pós-graduado em Gestão em Mercado Financeiro pela FAE Business School. Especialista em investimentos e adepto da filosofia do antifrágil, tem como principal característica a maneira simples e descomplicada de explicar o mercado financeiro. Além de youtuber e criador do canal SaldoZero, é também gestor do Clube de Investimentos Opportuna CI.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *