O número mágico da Renda Passiva. Deixe seus investimentos trabalharem por você.

Alguma vez você já ouviu alguém dizer que investir não é o que enriquece? Eu já ouvi várias vezes. Cada qual com suas razões.

Mas façamos um breve exercício. Digamos que você tenha R$100 em mãos e decida por comprar, com esse valor, 1 cota de um Fundo Imobiliário (FII) qualquer, e que lhe pague 10% de rendimentos ao ano — aproximadamente 0,80% ao mês.

No primeiro mês, você receberia o equivalente a R$0,80 centavos. Convenhamos que é um valor irrisório. A maioria das pessoas desiste logo aqui.

No entanto, no segundo mês, você, novamente, com R$100 em mãos, decide por comprar mais uma cota do mesmo Fundo Imobiliário. Receberia então R$1,6 de rendimentos referente a duas cotas.

E assim a coisa se repete mês a mês. O resultado, porém, ainda é pouco relevante. Contudo, algo de especial acontece no décimo mês: você já investiu R$1mil em cotas desse FII; agora o investimento acumulado lhe permite receber em um ano, o total de R$100 em rendimentos.

Nessa fase, você já recebe, anualmente, o valor proporcional a uma nova cota do mesmo fundo. Melhorou, mas ainda não lhe parece algo expressivo. Ainda assim você continua.

Mês após mês você continua a investir os mesmos R$100. Um pouco mais de 7 anos após o início desse projeto, algo importante ocorre: o valor recebido mensalmente de rendimento é superior ao preço de 1 cota.

Vejamos, você tem R$12,6mil investidos e recebe ao mês R$100,47 de rendimento, o que lhe permite comprar duas novas cotas — 1 cota com um novo aporte de R$100 e 1 cota com o valor recebido dos rendimentos. É o verdadeiro leve 2 pague 1.

Agora, você tem um ótimo “funcionário”: ele não fica doente; não reclama; não pede férias; e está sempre à disposição, mês após mês, trabalhando para você.

E não para por aí. Gradativamente seu “funcionário” trabalhará cada vez melhor. Em 11 anos após o início deste projeto, enquanto você continua aportando R$100, os rendimentos do Fundo já ultrapassam os R$200 mensais, o que possibilita a compra de 3 novas cotas — 1 cota com um novo aporte de R$100 e 2 cotas com o valor recebido dos rendimentos.

Nesse processo, sem qualquer malabarismo, sem qualquer promessa fantasiosa, em 30 anos você teria investido R$36mil do próprio bolso enquanto seu “funcionário” o teria possibilitado aportar mais R$171mil por meio de seus próprios rendimentos. Seu patrimônio acumulado seria de R$205mil.

Usei o exemplo com R$100 para mostrar que qualquer pessoa pode acumular um patrimônio considerável. Aumente seus aportes em 10x — para R$1mil ao mês — e multiplique os resultados apresentados também por 10x, verá o poder que tem em mãos.

O número mágico

O número mágico da renda passiva é o montante necessário para que, seus investimentos sejam capazes de retornar, por conta própria, o capital que permita a compra de novas cotas sem que dinheiro novo seja aportado.

Para calcular esse número mágico é muito simples. Você precisa de duas informações: (1) preço da cota do ativo e; (2) Dividend Yield (DY). Já expliquei o Dividend Yield em outros materiais; mas, de maneira resumida, é o percentual que o ativo paga, proporcionalmente ao valor da cota, em rendimentos anuais.

Vamos tomar como exemplo do FII IRDM11 — não se trata de recomendação.

Atualmente, o IRDM11 tem como preço de cota o valor de R$110,39 e um Dividend Yield de 13,29% — o equivalente a R$14,6653 por cota ao ano.

Para descobrirmos o número mágico anual, basta dividirmos o preço da cota pelo Dividend Yield. Nesse caso temos:

Número mágico anual = R$110,39 / 0,1329 = R$830,62

Esse é o capital investido necessário para que, os rendimentos lhe permitam receber anualmente o valor proporcional a uma nova cota do fundo. Fazendo um cálculo simplista, aportando R$100, você teria esse benefício em pouco mais de 8 meses.

Para que esse número mágico seja mensal, ou seja, para que você receba em rendimentos valor suficiente para comprar uma nova cota ao mês, basta multiplicar o número mágico anual por 12.

Número mágico mensal = R830,62 * 12 = R$9,97mil

Nesse cenário, aportando os mesmos R$100, isso seria alcançável em aproximadamente 6 anos. Apertando o passo — aportando mais —, certamente você alcançaria esse marco antes.

Se olharmos para 6 anos atrás, quantas coisas fizemos ou deixamos de fazer. Não parece um sonho distante.

Um projeto de longo prazo

E o que aconteceria se esse projeto perdurasse por 10, 20 e 30 anos? Em 30 anos, aportando os mesmos R$100, seria possível ter uma renda mensal de R$4mil ou; aportando R$1mil, uma renda de R$41mil mensais e um patrimônio de quase R$4milhões.

Obviamente que, os exemplos dados não estão considerando que o valor das cotas, os rendimentos e demais questões de mercado como inflação e taxas de juros variam — o que certamente ocorre no longo prazo.

Não é foco do artigo esmiuçar essas variáveis uma vez que já foram abordadas com maior profundidade em outro artigo: Como conseguir uma Renda Passiva de R$ 1,5 mil, começando do zero e investindo pouco! Baixe a calculadora da Renda Passiva.

De todo modo, gostaria de abrir um parêntese.

O fator inflacionário

O que gostaria apenas de trazer à tona é o fator inflacionário. Sabemos que o dinheiro perde valor com o tempo e que, R$41mil daqui a 30 anos certamente valerão menos do que R$41mil de hoje.

Contudo, o que deve ser levado também em consideração é que, a grande parte dos contratos gerenciados por fundos imobiliários junto aos locatários, são corrigidos também por indexadores inflacionários: IPCA, IGPM, INP-C e etc.

Deste modo, os rendimentos também são corrigidos gradativamente. Os R$41mil exemplificados anteriormente, possivelmente em 30 anos serão muito superiores.

Da mesma maneira, por serem donos de grandes empreendimentos imobiliários, e sabendo que a inflação também eleva o preço dos imóveis, o valor patrimonial dos fundos e consequentemente suas cotas tendem a se valorizar a longo prazo.

O acumulador de cotas

Outro ponto relevante. Gosto da definição dos investidores de renda passiva como: acumuladores de cotas. Seu objetivo é receber cada vez mais renda por meio deste acúmulo.

Entendendo isso, fica fácil de compreender os motivos pelos quais, investidores assim apreciam quando fundos imobiliários, por exemplo, se desvalorizam ao ponto que, permitam que a acumulação de cotas seja maior e consequentemente o retorno por meio de dividendos, também seja.

Conclusão

Certamente existem outras maneiras de se enriquecer. Mas, será mesmo que investir não nos enriquecerá no longo prazo? Levando em consideração que riqueza é uma definição relativa, deixo para você responder.

A questão é que, com pouco capital já é possível de se alcançar um patrimônio e uma renda relevante no futuro, sem a necessidade de depender de auxílios governamentais. Basta focar em deixar seus investimentos trabalharem por você.

Agora, se você for capaz de focar em um emprego ou qualquer outra oportunidade que lhe permita aportar cada vez mais em seus investimentos, certamente será a fórmula, não só para o número mágico, mas para um futuro financeiro muito mais próspero.

Espero ter agregado conhecimento.

Desejo todo sucesso e prosperidade que sei que você merece.

Por fim, sou Paulo Boniatti. Um forte abraço e tchau!