Tentar acertar o melhor investimento não deveria ser sua maior preocupação…

Se alguém lhe afirmasse que, tentar acertar o melhor investimento não deveria ser sua maior preocupação, você acreditaria?

Você há de convir comigo que, isso soaria meramente estranho para a maioria das pessoas.

Como podemos investir sem nos preocupar em acertar o melhor investimento? Haveria cabimento ou lógica por trás deste tipo de afirmação?

Vou lhe dizer que sim, há muita lógica por de trás.

E digo mais, se você ficar preocupado em acertar o melhor investimento, de duas uma: (1) vai errar na grande maioria das vezes ou; (2) nunca investirá, justamente por dúvidas de estar acertando o melhor dentre todos os investimentos.

Portanto, como tenho certeza que você quer se tornar um investidor melhor, hoje quero ajudar você a entender que, você pode investir bem sem ficar buscando acertar o melhor investimento.

Confia e vem comigo.

A grande bobagem do único investimento

Recentemente publiquei um vídeo aonde mostro que, você só perderia todo seu capital investido se fizesse muita bobagem. Faço referência ao link, caso você tenha interesse: https://youtu.be/h-4AY70gCAc.

E por que cito este vídeo? Simples, nós ainda temos enraizada a cultura do único investimento. Um leigo, quando começa a pensar em investimentos, tende a imaginar “naquele” grande e único investimento. O tal do bilhete que “lhe deixará rico”.

Grande bobagem! Como em um bilhete de loteria: a maioria tenta, mas, uma irrisória minoria se dá bem. Na grande maioria das vezes, quando um investimento vem à tona e se torna moda, é porque quem tinha que ganhar dinheiro já ganhou — por isso agora se tornou moda — e, neste momento, será possivelmente um dos piores investimentos a se fazer.

Imagino não ser necessário dar exemplos, tenho certeza que você vai conseguir trazer à tona por si só. Mas, para os mais céticos, Bitcoin a não muito tempo atrás — no auge, na moda —, estava custando mais de R$ 300 mil. Hoje, vale cerca de R$ 100 mil, uma queda de quase 70% em pouquíssimos meses.

Uma simples divisão de carteira, ou seja, mais tipos de investimentos dentro de uma mesma cesta, tenderia a proteger o pequeno investidor de um dos grandes fracassos financeiros: do risco da ruina; da perda total.

A dificuldade em acertar o melhor investimento

Baseado no que afirmei no tópico anterior, imagino que fique claro por qual motivo muita gente fica reticente a começar a investir. Se já é difícil acertar um único investimento, que dirá uma cesta dos melhores.

E, apesar do que lhe disse, de não existir o melhor investimento, ainda assim tendemos a ficar buscando, se não o melhor, mas os melhores para a nossa carteira. E, voltamos, novamente, a questão central: grande bobagem.

Novamente afirmando, não há o melhor ou os melhores investimentos. E como já deixei claro em meu livro e em meu curso, tampouco precisamos busca-los. O que é preciso é: esquecermos que existam os melhores, nos mantermos longe dos piores e, focarmos nos bons.

Sabe em que estas afirmações se resumem? Que muitas vezes, o menos é mais. Em outras palavras, não precisamos de uma refeição refinada para sobrevivermos, basta o bom e velho feijão com arroz.

Não se iluda, se quer eu tenho a capacidade de acertar o melhor investimento. A capacidade que tenho, e que espero que você também tenha é de: sobreviver nesta selva chamada mercado financeiro.

Sabendo disso, você pode estar pensando, como consigo me manter vivo e com rentabilidades interessantes no mercado financeiro?

Simples: com uma carteira extremamente simplificada e com um “Q” de: antifragilidade. Questão central de toda uma filosofia de investimentos. Explico melhor.

Como compor uma carteira de investimentos simples e eficiente?

Você já reparou que, na grande maioria das estratégias de investimentos, estas se comportam bem, somente com um tipo de cenário? E que, desta maneira, o investidor precisa ficar sempre pulando de galho em galho?

Tenho certeza que você esteja escutando de uma grande maioria, que o momento é propício para se investir em Renda Fixa. Obviamente, com taxas de juros mais altas, parece ser o natural a ser.

Isso, contudo, era extremamente antagônico tempos atrás, aonde o momento era de investimento massivo em Renda Variável.

Agora, abra a mente e preste muita atenção ao que tenho a lhe dizer.

Muita gente investindo — ou sendo incentivada a investir — em Renda Fixa hoje. Muitas destas pessoas sequer sabem o mínimo de mercado. Pergunto: o que vai acontecer se, daqui alguns meses as taxas de juros no Brasil caírem? A Renda Fixa deixaria de ser tão atrativa? A Renda Variável voltaria aos seus períodos de glória?

E se este cenário não se alterar e continuar como é hoje? Quem pode nos garantir? Ninguém.

As pessoas a quem estão sendo “desassoradas” por seus supostos assessores especialistas, vão ser incentivadas a migrarem seus investimentos, pagarem, seus impostos e buscarem uma nova aventura?

Da mesma maneira, pessoas que foram recomendadas a aportarem mais pesado em Renda Variável tempos atrás, agora estão sofrendo de uma enxurrada de gente recomendando títulos mais seguros e rentáveis?

A grande massa age como um peidinho dentre um cardume. Não é a toa que o pequeno investidor é chamado de “sardinha”, um apelido para uma presa fácil aos grandes tubarões.

É o tal de sempre estarmos buscando a moda. O que está bom hoje. Nunca nos preocupamos com o que estará melhor sempre.

Entenda, a única certeza que nós temos é que, o mercado é imprevisível. Ou seja, se não há como termos certeza de absolutamente nada, como não ficar pulando de galho em galho na busca pelo melhor investimento?

Novamente, buscando montar uma carteira pelo viés da antifragilidade. Não é querendo acertar o que a todos é visível que você se diferenciará, mas estando preparado para o que a ninguém é perceptível — o que Tabeb chama de Cisnes Negros.

Abrindo um breve parêntese, antifrágil é um conceito trazido por Nassim Taleb aonde ele nos ensina a estarmos prontos para o caos. É no caos aonde nossos investimentos devem crescer exponencialmente.

• Há como prever a inflação? Não, mas você pode estar preparado para ela.
• Há como prever o Dólar? Não, mas você também pode estar preparado para ele.
• Há como prevermos conflitos políticos e econômicos? Tampouco, e as ressalvas são as mesmas.

A estratégia do SaldoZero com relação a tudo isso é extremamente simples. São 3 grandes pilares em uma carteira de investimentos:

• Proteção caixa: Vai nos proteger das ingerências do Governo, de riscos econômicos, inflação e taxas de juros mais altas. Exemplo: Tesouro Selic.
• Proteção cambial: Vai nos proteger de maneira semelhante ao pilar 1. Neste caso, no entanto, além de nos proteger de fuga de moeda estrangeira para o exterior, nos protege mais pontualmente de fortes estresses de curto prazo no mercado. Exemplo: Fundo Cambial.
• Agressão em Renda Variável: Estando protegidos por dois grandes pilares, teremos a tranquilidade de investir em empresas de qualidade na bolsa de valores para o, longo prazo.

Não é meu objetivo detalhar tudo isto neste artigo — poderíamos facilmente transformar o assunto em um livro — inclusive é algo que abordo em detalhes em meu livro e também meu curso.

Mas, como sei que dúvidas ficarão, faço referência a outros vídeos. São vídeo densos, contudo, de extrema relevância, para que você possa entender como ter uma carteira de investimentos mais eficiente, sem ter que ficar buscando acertar um alvo falso: https://youtube.com/playlist?list=PLn4xd6SKdmFAJyltD6CmKDvzCw_jUhDPR .

Considerações finais

Investir é difícil? Se você me acompanha a mais tempo, sabe que não. Pode ser extremamente simples.

Difícil então é acertar o investimento? Tenho certeza que você entendeu: se você tem o mínimo de zelo e responsabilidade com seu capital, a questão não é acertar o melhor investimento, uma vez que o melhor de hoje, pode ser o pior de amanhã.

O que é necessário, portanto, é, esquecer que existem o melhor, mas lembrar de focar nos ótimos — aqueles que vão lhe proteger — e evitar os piores. O resto, é bobagem.

Antes de pensar em ganhar, pense em não perder. Proteção sempre.

Sucesso e prosperidade sempre.

Paulo Boniatti