Você já ouviu falar em côncavo e convexo? E o que esses termos teriam de relação com dinheiro, investimentos e riqueza?
Eu te respondo. Saber as diferenças entre esses termos pode lhe permitir enriquecer com menos risco — ou empobrecer com maior facilidade. É o que separa, muitas vezes, quem enriquece com tranquilidade daqueles que empobrecem em meio a decisões equivocadas.
Portanto, hoje, vamos falar da importância do côncavo e do convexo em um processo de enriquecimento.
O côncavo
O gráfico a seguir ilustra o potencial de ganho e o de perda em um processo côncavo. Veja que os ganhos chegam a um processo limitador, enquanto as perdas podem ser, em um cenário extremo, ilimitadas.
Em outras palavras, estar côncavo é você investir em algo em que seus lucros não ultrapassam certo patamar, enquanto suas perdas podem ser grandes.
Quer um exemplo simples? Negociar um automóvel. Digamos que você compre um automóvel ao custo de R$ 30 mil e com o objetivo de vende-lo por R$ 35 mil.
Podemos citar também você conceder um empréstimo sem garantia. Seu lucro é limitado, mas o prejuízo pode ser total, muito maior à possibilidade ao ganho.
Nesse cenário, seu lucro máximo será de R$ 5 mil, enquanto a perda (em caso de um desastre) pode ser de R$ 30 mil (em caso de um roubo) ou até mais em caso de um acidente envolvendo outros automóveis e você seja o culpado.
Se trouxermos isso para os investimentos, uma operação bastante instigante para quem está querendo enriquecimento rápido são, alguns, tipos de operações com derivativos, por exemplo. Esses lhe possibilitam operar alavancado. O risco da perda (da ruína) será maior que o benefício do lucro.
Ou, operações que chamamos de vendidas — já as abordei nesse outro artigo. Os ganhos “fáceis” são limitados, mas as perdas podem ser grandes, algumas vezes catastróficas.
Portanto, sempre que ouvir o termo côncavo em investimentos, saiba que você está se expondo mais as perdas do que aos ganhos. Aqui mora o perigo, um único erro pode ser fatal.
O convexo
Do outro lado, temos o convexo.
Ao contrário do côncavo, o convexo nos possibilita perdas limitadas e ganhos ilimitados. É o cenário ideal para quem tem aversão ao risco e busca um enriquecimento mais sólido com o passar do tempo.
Se trouxermos isso para os investimentos, um exemplo claro são os investimentos em ações para o longo prazo. Ao comprar uma única ação de R$ 10, pensando em um cenário extremo, a perda máxima possível será os R$ 10 investidos (na quebra da companhia por exemplo).
Do outro lado, essa mesma ação, se for de uma empresa de qualidade, pode se valorizar 100, 200, 300, 1000 ou até mais porcento.
É dessa maneira também que, se utilizando do conceito da convexidade é que alguns investidores se expõem, por exemplo, de uma pequena parte da carteira a investimentos mais especulativos, como é o caso do Bitcoin. A perda máxima prevista é o valor a qual foi exposto, em contra partida, os ganhos podem ser exponenciais.
Conclusão
Lembrando:
| Tipo exposição | Ganhos | Perdas |
| côncavo | limitados | ilimitadas |
| convexo | ilimitadas | limitados |
Ter noção e reconhecer investimentos que são côncavos e convexos é extremamente importante para quem busca não ser levado ao risco da ruína.
Acredito que, investimentos que lhe possibilitem ganhos limitados ao ponto que lhe expões a perdas ilimitadas (catastróficas) não é uma forma salutar de pensar na sensatez do investimento a longo prazo.
É importante mencionar que, não é porque um investimento é convexo que ele não pode leva-lo a perda máxima. Isso deve ficar muito claro. Não é porque investir em Bitcoin é convexo que iremos nos expor 100% a ele; da mesma forma com ações, fundos imobiliários ou qualquer outra classe de ativos.
Se trouxermos o conceito da antifragilidade de Nassim Taleb, buscando crescer com o caos — e não sofrendo com ele —, mas do que estar convexo, é estar diversificado.
Ter uma carteira de investimentos bem diversificada e composta com ativos que sejam convexos, é uma maneira inteligente de investir ao longo prazo, evitando o risco extremo, possibilitando ganhos superiores e sobrevivendo nessa selva chamada mercado financeiro.
Por fim, espero ter agregado conhecimento.
Sou Paulo Boniatti, um forte abraço e tchau!
Paulo Boniatti
Escritor, autor do livro Montando uma Carteira de Investimentos Inteligente. Paulo Boniatti é pós-graduado em Gestão em Mercado Financeiro pela FAE Business School. Especialista em investimentos e adepto da filosofia do antifrágil, tem como principal característica a maneira simples e descomplicada de explicar o mercado financeiro. Além de youtuber e criador do canal SaldoZero, é também gestor do Clube de Investimentos Opportuna CI.