Os 3 maiores erros na hora de investir

Melhor do que aprender com nossos erros, é aprender com os erros dos outros.

O mercado financeiro é um espaço extremamente democrático. Como vimos no artigo do Zelador de 40 milhões de reais, pessoas bastante simples têm a possibilidade de conquistar riquezas consideráveis.

Por outro lado, o mesmo espaço que te dá, também te tira. São inúmeros exemplos de pessoas que, ao contrário do nosso amigo zelador, cometeram diversos tipos de erros, muitas vezes perdendo muito — ou todo — dinheiro.

Eu poderia elencar uma lista repleta de erros cometidos por todo tipo de investidor. Mas, resolvi elencar aqui, os principais erros que, acredito englobarem tantos outros.

Portanto, hoje, quero falar sobre os 3 maiores erros na hora de investir. Vem comigo!

Investir sem um objetivo

Começamos essa lista com o erro de investir sem um objetivo.

Gosto de fazer uma pergunta a quem está começando: o que é melhor, um carro esportivo ou um avião?”.

Muitos respondem que o avião, por ser mais rápido e te levar mais longe; outros respondem que o esportivo pois pode te levar a lugares onde o avião não chegaria.

Mas, bem na verdade, como podemos dizer se um é melhor que o outro sem saber qual nosso objetivo? O objetivo era simplesmente ir à padaria comprar um pão.

Obviamente que, nesse cenário, nem o avião tampouco o carro esportivo seriam necessários. Uma simples bicicleta daria conta do recado.

Quando trazemos isso para os investimentos, não é raro de irmos atrás do que é melhor:

E já lhe digo que não há o melhor ou pior; mas, existirá o melhor, ou mais indicado, para atender a um determinado objetivo.

Qual é seu objetivo ao investir?

  • Gerar renda passiva?
  • Proteger seu patrimônio?
  • Buscar crescer seu patrimônio?
  • Investir para a troca de um carro; compra de uma casa?
  • Ou, não tem ainda um objetivo.

Quer um exemplo? O que é melhor: ações ou fundos imobiliários? Muitos responderiam ações enquanto outros buscariam defender fundos imobiliários. E está tudo bem, cada um terá suas razões. Mas, eu não dei a informação mais importante: o objetivo.

Meu objetivo nesse cenário era simplesmente proteger um determinado patrimônio; sem perspectiva de necessidade de resgate (posso resgatar a qualquer momento).

Nesse sentido, nem ações tampouco fundos imobiliários. Um Tesouro Selic, CDB com liquidez diária e outros que seguem características semelhantes se encaixariam melhor ao: objetivo.

Portanto, defina qual seu objetivo ao investir; aonde você quer chegar. Tendo isso claro, ficará mais fácil de escolher o veículo mais indicado, que o levará com maior tranquilidade até seu destino.

Investir por influência

Já ouviu falar no efeito FOMO?

FOMO, do inglês fear of missing out, ou em português “ficar de fora”, é aquilo que nos motiva a querer replicar alguém quando, vemos que outras pessoas estão se saindo bem em algo. Se todos estão ganhando, não podemos perder a oportunidade. Não é mesmo? Doce ilusão.

É da natureza humana, somos moldados por experiências e exemplos. Se temos pessoas conhecidas que ganham dinheiro comprando e vendendo imóveis, tendemos a querer fazer algo semelhante, acreditando que aquela é a melhor maneira de se ganhar dinheiro.

Da mesma maneira, se vemos que alguém tem um histórico positivo na Bolsa de Valores e que está apostando em alguma companhia, tendemos ao menos a pensar em fazer o mesmo, afinal, “ele sabe o que faz”. Cuidado!

Acontece que, em ambos os exemplos, a pessoa pode ser sim especialista em seu ramo de atuação. No entanto, exatamente por ser especialista, ela pode simplesmente deixar de investir naquele negócio quando percebe que o cenário não é positivo.

Do outro lado, mesmo que isso não venha a acontecer. O que funciona para uma pessoa não necessariamente funcionará para a outra. Sabe porquê? Uma estratégia pode até ser copiada, mas um psicológico não.

A maneira que duas pessoas reagirão a um prejuízo de 50% não será igual. Algumas pessoas são especialistas em uma determinada área, são melhores com números; outras são mais generalistas, talvez melhores com pessoas.

Portanto, acreditar que o que dá certo para uma determinada pessoa terá o mesmo resultado para si próprio é pensar de maneira bastante arriscada.

E é nesse sentido que, quando falamos sobre investimentos, não busque copiar estratégias, seja de quem for.

Busque entender grandes referências; como investiam; seus sucessos e fracassos — conhecer os erros é extremamente importante. Tire a essência da filosofia de investimentos de cada um e crie a sua própria. Pensar por si é melhor que pensar pelo outro.

E no fim, invista naquilo em que se conhece. Se não conhece, estude antes.

Investir pensando no lucro rápido

Não tem jeito, o ser humano é imediatista. Podemos até tentar negar, mas acredito que você não ficaria triste se, aquele seu plano de 10 anos pudesse ser antecipado para apenas 1 ano.

O imediatismo faz parte. O ponto é que certas pessoas conseguem controlar o emocional e seguir firme em seus planos de longo prazo, outras não.

A grande maioria não consegue olhar para um horizonte de 10, 20 ou 30 anos. É muito tempo, alegam. Buscam o retorno rápido. É aí que mora o perigo.

Na tentativa de conquistar uma riqueza rápida, de dobrar seu capital em pouquíssimo tempo, começam a entrar em esquemas ou operações financeiras de maneira bastante arriscada.

E é aqui que, pessoas extremamente inexperientes:

  • Entram no day trade;
  • Entram em operações alavancadas;
  • Caem em pirâmides;
  • Investem em companhias especulativas;
  • Entre outros…

O interessante é que tudo isso poderia ser muito bem evitado caso a pessoa se preocupasse com os dois primeiros erros citados nesse artigo: ter objetivo claro; conhecer a filosofia de investimentos de grandes investidores (incluindo seus erros) e criar a sua própria.

Obviamente que isso demanda estudo. Mas o imediatista “não tem tempo a perder” estudando, ele espera o resultado para “ontem”.

Muito cuidado. Existem muitos exemplos de pessoas que perderam literalmente tudo tendo que cobrir rombos financeiros deixados em operações arriscadas, seja na bolsa de valores ou em investimentos fora dela.

Não permita que a ganância fale mais alto que a razão. Veja o exemplo do nosso Executivo do Merrill Lynch onde, mesmo após ter conquistado uma riqueza considerável, se deixou levar pela ganância até perder tudo o que havia conquistado.

Conclusão

Não posso garantir que evitando esses 3 erros você terá o sucesso que eu acredito que mereça. Mas não tenho dúvidas que evitará grande parte dos problemas que poderia ter pela frente.

Espero que você consiga controlar um dos maiores causadores de decisões equivocadas: nosso psicológico. Não seja traído por ele.

Estude, estude muito. Quanto mais estudamos, quanto mais aprendemos, quanto mais absorvemos exemplos bons e não tão bons, mais moldaremos nossa filosofia e evitaremos pegadinhas que ele, o psicológico, tentará nos pregar.

Como sempre, espero ter agregado conhecimento.

Por fim, sou Paulo Boniatti, um forte abraço e tchau!

Escritor, autor do livro Montando uma Carteira de Investimentos Inteligente. Paulo Boniatti é pós-graduado em Gestão em Mercado Financeiro pela FAE Business School. Especialista em investimentos e adepto da filosofia do antifrágil, tem como principal característica a maneira simples e descomplicada de explicar o mercado financeiro. Além de youtuber e criador do canal SaldoZero, é também gestor do Clube de Investimentos Opportuna CI.

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