Como declarar seus investimentos – um guia completo

Enfim a série mais esperada do canal: como declarar seus investimentos no programa de ajuste anual da Receita Federal.

Importante, não estarei abordando questões de alíquotas ou outros pontos relacionados a apuração e pagamento da DARF uma vez que já fiz um artigo a respeito desse documento.

Como Funcionará? Para organizarmos melhor as informações, esse artigo será o âncora que te levará a outros materiais baseado em sua necessidade, evitando assim que você tenha que ficar “caçando” informação.

Ao fim dessa série quero que saiba como declarar:

• Ativos de Renda Fixa;
• Ativos de Renda Variável;
• Ativos Internacionais;
• Criptos.

Pode ser que fique algo de fora? Sim, tentarei abranger as maiores questões possíveis, aquelas que atenderão a maioria dos investidores. Mas, inevitavelmente alguma particularidade pode ficar de fora. Espero poder ajudá-lo.

Pré-requisitos

Começando nossa maratona da declaração, vamos fazer um checklist do que você precisará levantar de documentação:

Informes de Rendimentos

Esse é o documento principal que vale para praticamente todos os ativos que serão declarados. Acesse todas as instituições financeiras onde seja titular da conta a qual você operou ou manteve algum valor financeiro no ano fiscal, dentre elas:

• Contas Correntes;
• Contas Poupança;
• Contas Remuneradas (PicPay, Nuconta e afins);
• Corretoras de Valores;

Como exemplo, vamos supor que você seja correntista do Itaú, mas que transferiu dinheiro para sua conta no Nuconta e que por fim acabou enviando o montante para a corretora Rico para investir. Terá de buscar o informe de rendimentos dessas 3 instituições (Itaú, Nuconta e Rico).

Caso você não encontre o informe de rendimentos no portal da instituição, entre em contato com eles e peça a segunda via. Com relação à Ações, Fundos Imobiliários e outros ativos, seguem algumas particularidades:

Ações

Os informes de ações são enviados por bancos escrituradores, geralmente Itaú, Bradesco ou Banco do Brasil.

Em outras palavras, cada empresa negociada na Bolsa possui um banco que faz a escrituração de suas ações. É esse banco que lhe enviará os informes.

Caso você não tenha recebido, por e-mail ou correio, precisará entrar em contato ou ir até uma agência desse banco e solicitar a segunda via.

Mas, como saber qual o banco escriturador de cada empresa negociada na Bolsa sem precisar ter que ficar ligando para o RI (Relação com Investidores) da companhia?

No site da B3 você consegue consultar o escriturador da empresa como mostrado abaixo:

Caso você seja correntista do banco escriturador, consegue também retirar esses informes por meio do internet banking. Para o Itaú, o banco possui um sistema de correspondência digital que facilita muito.

Complementando, baixe também, por meio de sua corretora, os documentos auxiliares com operações Day Trade, operações Normais, Posição de Custódia, Proventos e Notas de Corretagem.

Fundos Imobiliários

A lógica é bastante similar as Ações. Você consegue consultar o escriturador por meio do site da B3 e entrar em contato com a instituição solicitando segunda via.

Complementando, assim como em Ações, baixe também, por meio de sua corretora, os documentos auxiliares com operações Day Trade, operações Normais, Posição de Custódia, Proventos e Notas de Corretagem.

BDRs e ETFs

O mesmo que Ações e Fundos Imobiliários.

Escriturador de BDR por meio do site da B3.

Escriturador de ETF por meio do site da B3.

Investimentos no Exterior

Eis a importância de investir utilizando corretoras que forneçam relatórios auxiliares à declaração, como é o caso da Passfolio e Avenue. Se for cliente de uma dessas corretoras já pode baixar também seus informes por meio de seus portais.

Criptos

As corretoras ainda não são obrigadas a geraram informes auxiliares. A declaração será toda manual como veremos no artigo específico.

Programa de ajuste da declaração e programas auxiliares

Para realizarmos a declaração precisaremos de alguns programas, dentre eles:

PGD – Programa Gerador da Declaração DIRF (2021)

Necessário para qualquer um dos tipos de ativos a serem declarados.

Pode baixa-lo diretamente pelo site da Receita.

GCAP – Ganhos de Capital

Necessário para apurar ganhos de capital no exterior ou com criptos, ou seja, se investiu fora do Brasil ou também em Bitcoin, Ethereum ou outra cripto, necessitará desse programa para apurar seus ganhos.

Pode baixá-lo diretamente pelo site da Receita.

Carnê Leão — Declaração auxiliar da DIRPF

Necessário para apurar os proventos recebidos do exterior.

Pode baixá-lo diretamente pelo site da Receita.

Próximo passo, a declaração

Ao final desses passos, você provavelmente terá um volume de documentos bastante interessante como esse:

Agora, de posse de todos os documentos e programas, vamos aos próximos passos: como declarar os ativos de renda fixa, renda variável, investimentos no exterior e criptos.

Antes de mais nada, um processo comum é você criar uma nova declaração. Isso é muito simples. No PGD você pode criar uma nova ou importar de anos anteriores:

Na aba “Ident. do Contribuinte” você irá cadastrar seus dados pessoais. É auto explicativo.

Dando sequência, como comentei, para mantermos o artigo e todo esse material organizado, separei o conteúdo em subartigos, sendo:

• Como declarar seus investimentos de Renda Fixa
• Como declarar seus investimentos de Renda Variável
• Como declarar seus investimentos do Exterior
• Como declarar suas criptos

Conclusão

Como comentado, esse é o artigo âncora, a série completa se dá pelos demais artigos listados.

Se você chegou até aqui, espero que esse conjunto de artigos o tenham ajudado em sua declaração.

Declarar não deve ser complicado quando temos uma organização de nossos investimentos. Não basta saber investir, é preciso ser organizado com relação a eles.

Por fim, sou Paulo Boniatti, um abraço e tchau!