O que é ser livre financeiramente

Muito se fala sobre liberdade financeira. Mas, você já parou para pensar o que é ser livre financeiramente? A grande maioria responderia que ser livre financeiramente é o ponto onde as receitas provenientes de seus investimentos sejam superiores a seu custo de vida.

De maneira mais simples: é o momento aonde seus investimentos pagam seu custo de vida.

Isso, sem dúvida é verdade. E é a parte técnica da definição.

Falando friamente em números, digamos que seu custo de vida mensal seja de R$ 1 mil. Supondo uma taxa de rentabilidade mensal de 1% e de pagamentos de dividendos ou rendimentos anuais na proporção de 6,5%.

Se você fosse capaz de aplicar R$ 200 mensais sob as condições acima citadas, você levaria em torno de 19 anos e meio para que seus investimentos pagassem seu custo de vida e você pudesse ser considerado livre financeiramente.

No outro extremo, se seu custo de vida fosse de R$ 10 mil mensais, para alcançar a liberdade no mesmo período, seriam necessários aportes aproximados de R$ 2 mil mensais.

Tudo isso são números, e números, apesar de serem íntimos comigo desde a infância, possuem um problema: não têm sentimentos.

Analisá-los, sem dúvida é fundamental, mas eles, somente eles, são capazes somente de nos trazer uma análise fria, sem necessariamente nos trazer outras questões que também são importantes, questões, que muitas vezes, ficam fora de foco.

E é sobre outras questões que quero falar com você hoje. O que é ser livre financeiramente…

Você tem opção

Como tudo na vida, decisões hoje irão refletir em consequências amanhã, para o bem, ou para o mal.

Fomos criados para sermos escravos modernos. Crescemos vivendo sobre uma verdadeira linha de produção. Fábrica de escravos pagadores de impostos. Reflita, somos a única espécie que paga para viver na Terra.

Você já imaginou não trabalhar por obrigação, mas por opção?

Muita gente imagina que a liberdade financeira é um status de aposentadoria. Não necessariamente. Primeiro que nem todo aposentado é livre financeiramente, e segundo que nem todo aquele que alcançou a liberdade precisa ser um aposentado.

A liberdade, como o próprio termo sugere, lhe permite ser livre. Livre para decidir o que fazer, quando fazer e como fazer; livre para viver; livre para ser você.

O que você faria se tivesse opção? Mudaria de carreira? Passaria mais tempo com a família? Trabalharia meio período? A opção é sua.

Liberdade não é extrapolar limites naturais

Por outro lado, alguns acreditam que ser livre financeiramente é você chegar em um restaurante sem se preocupar com o lado direito do cardápio. Novamente: não necessariamente.

Temos muito a aprender com as leis da natureza. Apesar de sermos agraciados por habitarmos um planeta repleto de riquezas, sabemos que qualquer extração em demasia gera desrespeito, que por consequência gera escassez.

Acreditar que ser livre é o momento onde não se há mais necessidade de se preocupar com qualquer volume financeiro, é acreditar que os recursos não são finitos. Para tudo há um limite.

Supostamente, essa condição social pode ser um status de liberdade — pode, não que seja —, mas não necessariamente aquele que não a possua não possa ser considerado também livre.

Voltemos ao início do artigo. Se você tem um custo mensal de R$ 1 mil e seus investimentos pagam esse se custo, você não tem dinheiro ilimitado, mas é livre, mesmo tendo que cuidar com o lado direito do cardápio.

Ser livre é uma coisa, ter dinheiro infinito é outra. E você precisa ter muito claro o que você deseja. Eu, antes de qualquer coisa, quero ser livre.

O mundo precisa de seres pensantes

Termos um planeta repleto de escravos da indústria moderna, bloqueia o senso de criação. O mundo precisa de seres pensantes, e ninguém, com uma arma chamada “trabalhe, você tem contas a pagar” apontada para a cabeça é capaz se ser um ser plenamente pensante.

Isso, só é possível por seres livres. E lembrando, a liberdade não significa necessariamente aposentadoria, mas focar sua inteligência naquilo em que lhe dá prazer, naquilo em que lhe seja gratificante, e que, no final das contas, naquilo que fará a diferença.

Quantos advogados queriam na verdade ser músicos? Quantos médicos gostariam de ser professores? Quantos engenheiros gostariam de ser fazendeiros? Quantos operários gostariam de tudo isso e mais: gostariam da oportunidade de viver melhor.

Quantas mentes brilhantes estamos perdendo, simplesmente por não terem condições de serem livres? Você pode quebrar esse ciclo.

Não viva seu futuro hoje

Todo esse texto seria lindo, se não fosse o caso de estarmos enraizados ao imediatismo de uma sociedade consumista.

Quantas pessoas estão dispostas a se sacrificar durante 30, 20 ou 15 anos para chegar ao status de livre financeiramente? “É muito tempo”, dizem. “É um sonho distante”, alegam.

E na busca por saciar sentimentos de pequenez, de buscar se sentir menos diferente socialmente, transferem seu futuro financeiro ao consumo imediato: carros, smartphones, eletrônicos, imóveis financiados e assim por diante.

Decisões essas que mantém a sociedade cada vez mais escrava. Mas, como comentei no início do artigo: você tem a opção.

Você pode mudar tudo isso se quiser. Sua vida é uma coleção de escolhas: as de hoje refletirão amanhã. Qual você de amanhã está sendo lapidado pelo você de hoje?

Conclusão

Às vistas da liberdade, alguém que é livre financeiramente com rendimentos mensais de R$ 1 mil é muito superior a um escravo financeiro com custo de vida de R$ 10 mil ou mais.

Você tem opção: pode buscar ser livre ou se tornar cada vez mais escravo.

Finalizando, busquei trazer uma abordagem diferente a da simples matemática. A matemática é importante, sem sombra de dúvidas, mas se estivermos comprometidos com nosso amanhã, será apenas mais uma ferramenta nesse processo chamado: liberdade financeira.

De maneira complementar, sugiro a leitura desse outro artigo onde compartilho uma planilha gratuita para você estimar em quanto tempo conseguirá alcançar sua liberdade: Quanto falta para sua Liberdade Financeira?

Bom, espero ter agregado conhecimento.

Por fim, sou Paulo Boniatti, aquele abraço e tchau!