Ser rico não está ligado a ganhar muito dinheiro

Neste tempo de SaldoZero, uma das questões que mais escuto: é preciso ter muito dinheiro para um dia ficar rico.

Este é um dos maiores mitos que escutamos durante a vida. E já lhe digo: ser rico não está ligado a ganhar muito dinheiro.

Primeiro que a definição de ser ou estar rico é muito abrangente. Já fiz um artigo falando sobre definição de riqueza e sugiro que você o leia posteriormente.

Mas hoje quero te mostrar, com cálculos, que, financeiramente falando, uma pessoa que ganha pouco dinheiro pode ser — e ficar — muito mais rica financeiramente do que alguém que ganha muito mais.

Portanto, e novamente falando: ser rico não está ligado a ganhar muito dinheiro.

Se este tema lhe interessa, confia e vem comigo!

Três pessoas e três realidades

Vamos supor três pessoas completamente diferentes em termos de remuneração financeira mensal: João recebendo R$ 3 mil; Luiz recebendo R$ 10 mil e; Fernando recebendo R$ 30 mil.

Quem destes três personagens é o mais rico financeiramente? Seria Fernando? Não! De maneira nenhuma podemos concluir isto somente por seus recebíveis.

Preste atenção. Novamente falando:  ser rico não está ligado a ganhar muito dinheiro.

E leia até o final para que você entenda exatamente aonde quero chegar.

João e o exemplo de um brasileiro comum

Nosso amigo João pode ser o exemplo de um brasileiro comum. Segundo dados levantados do site Uol Economia, cerca de 90% dos brasileiros recebem  menos de R$ 3,5 mil ao mês.

Mas, vamos supor que esse nosso “guerreiro” da vida real seja uma pessoa consciente financeiramente e preocupado com o futuro de sua família.

Considerando que, dos R$ 3 mil recebidos ele gaste R$ 2,5 mil e consiga poupar R$ 500, pergunto: em 1 ano ele teria quanto? Se você respondeu R$ 6 mil está quase certo.

Se João não somente poupasse, mas investisse esse capital todo mês (taxa de 12,7% a.a.), ao final do primeiro ano ele teria R$ 6,3 mil.

É pouco? Primeiro que acredito que para a maioria dos brasileiros um montante como este faria uma grande diferença.

De todo modo, João está pouco se lixando com o que a sociedade pensa disso. E é neste sentido que, se este comportamento perdurar por durante 30 anos, ao fim deste período João não terá R$ 180 mil poupando, mas terá R$ 1.747.482,07 investindo.

Veja, para quem tinha apenas R$ 500, ter a possibilidade de conquistar um patrimônio de quase R$ 2 milhões é a diferença entre quem passou a vida reclamando e vivendo de aparências para aquele que fez acontecer.

Luiz e o exemplo de uma “média” classe média

A classe média e seu conflito de identidade entre riqueza e pobreza. Em nosso exemplo, Luiz recebendo seus R$ 10 mil mensais, não se contenta mais com costumes “populares”. Até porque, “o que os outros vão pensar dele”.

No momento em que passa a querer viver uma vida para impressionar os outros, nota que os R$ 10 mil não são suficientes. A casa atual passa a ser pequena, o carro passa a ser muito simples se comparado aos outros, a bebida, a escola e tudo mais passam passa a ser básicos de mais.

Antecipa todos seus sonhos: financia carro, financia a escola, financia o smartphone, financia o cachorro, a sogra e tudo o que mais conseguir. Brincadeiras à parte, mas tomou cerveja de milho a vida toda e agora só aceita puro malte.

Enfim. De todo modo, como a maioria acredita, Luiz é uma pessoa controlada dentro de seus limites.

Em nosso exemplo, Luiz com seus R$ 10 mil mensais consegue pagar todas suas dívidas e ainda sobram R$ 200.

Assim como fizemos com nosso amigo João, neste caso Luiz, ao final de 1 ano não teria R$ 2,4 mil somente poupando. Ele é “safo”, investe este capital recorrentemente. Ao final do primeiro ano teria aproximadamente R$ 2,5 mil e; ao final de 30 anos, R$ 698 mil.  

Fernando é a “cara” da riqueza

Ao que muito se acredita, Fernando é o exemplo da riqueza. Até porque, sua vida é um livro aberto. Ostentar é com ele.

Todos podem constatar o luxo ao qual se vive: carros caríssimos, imóveis em regiões nobres, roupas de grife, viagens rotineiras para o exterior e afins.

Não é meu objetivo julgar, até porque cada um deve cuidar de sua própria vida. Mas trago este exemplo pois é mais comum de acontecer do que muitos imaginam.

Fernando não precisa se preocupar em poupar. Por que uma pessoa que recebe R$ 30 mil mensais pouparia? O luxo é algo presente. Basta que a vida se mantenha.

Contudo, todo este luxo tem um custo. E o exagero no estilo de vida reflete em seu controle financeiro.

A cada mês nosso amigo não poupa 1 real sequer. Pelo contrário, ele gasta R$ 1 mil a mais todos os meses. Mas por que se preocupar, não é mesmo? Fernando tem bom relacionamento. Seu gerente consegue esticar o limite no banco.

Acontece que, se de um lado estávamos considerando uma taxa de 12,7% ao ano sobre os investimentos, nas dívidas de banco, elas podem ultrapassar facilmente os 110% ao ano.

Sabe o que isso representa? Representa que, em apenas 1 ano Fernando estaria devendo ao banco R$ 17,4 mil e, R$ 624.668,17 em apenas 5 anos — nem trarei os dados de 30 anos pois a dívida seria maior de que muito país.

Acha isso impossível? Tenho certeza que se você fizer um esforço de memória vai conseguir listar diversos ricaços que faliram. A diferença é que, geralmente este tipo de pessoa efetua todas estas transações em nomes de CNPJs, tem a empresa processada, mas não necessariamente seu CPF. Mas aí é papo para outro texto.

Quem dos 3 é o mais rico?

Agora lhe pergunto: dos 3 exemplos, quem realmente é o mais rico? Imagino que seja fácil de responder: João.

João, apesar de receber menos que os dois outros personagens, poupa mais, investe recorrentemente e, está pouco se lixando para as aparências. Vive de maneira simples e, em algum tempo poderá se considerar livre financeiramente.

Obviamente que, poderíamos ter um cenário ainda melhor: seria a mentalidade de João com as receitas mensais de Fernando.

Mas o que gostaria que entendesse é que, ter mais dinheiro não está diretamente ligado ao caminho da riqueza, suas escolhas é que estão.

Não é o quanto você recebe que te deixará rico, é o que você faz com este dinheiro.

Portanto, pare com esta síndrome da ostentação. Deixe de se preocupar com o que os outros vão pensar e passe a se preocupar com o que realmente lhe importa: se for para ficar cada vez mais rico, que assim seja.

Espero que este texto tenha trazido luz na sua vida. Se sim, compartilhe com amigos e familiares. Tenho certeza que podemos ajudar muita gente.

Se for de seu interesse, deixo uma playlist no Youtube para você aprender, ainda hoje, a investir do zero.

E, no próximo artigo quero falar sobre quanto tempo é necessário para que você consiga alcançar sua Liberdade Financeira.

Por fim, como sempre, sucesso e prosperidade.

Forte abraço,

Paulo Boniatti

Escritor, autor do livro Montando uma Carteira de Investimentos Inteligente. Paulo Boniatti é pós-graduado em Gestão em Mercado Financeiro pela FAE Business School. Especialista em investimentos e adepto da filosofia do antifrágil, tem como principal característica a maneira simples e descomplicada de explicar o mercado financeiro. Além de youtuber e criador do canal SaldoZero, é também gestor do Clube de Investimentos Opportuna CI.

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