Ep4 – Do SaldoZero aos R$ 100 mil – chegamos ao exterior

Chegamos ao quarto episódio da série! Uma série que tem o objetivo de mostrar na prática o racional e a dinâmica na montagem e condução de uma carteira de investimentos. Mas, mais do que isso, mostrar as oportunidades e desafios encontrados.

E hoje, temos uma posição nova! E, não será no Brasil.

Objetivo

Importante lembrarmos, nosso objetivo é o de alcançar R$ 100 mil por meio de aportes mensais de R$ 1 mil. Esse objetivo foi definido pelos inscritos do canal, portanto, se você ainda não for inscrito, não deixe de se inscrever para não perder nenhum vídeo.

Mas, quando alcançaremos os R$ 100 mil? Segundo as expectativas que fizemos no primeiro episódio, será por volta de 2027. A previsão se confirmará? Não há como afirmar que sim. Só o tempo para responder.

Aproveito para convidar você, caso não tenha visto os artigos anteriores, acesse-os aqui e entenda os detalhes da dinâmica das decisões que foram tomadas até aqui.

Aviso importante

Um aviso ultra importante: não copie essa carteira!

O objetivo principal dessa série é colocar minha pele em risco para ajudar você a entender a dinâmica. Mas entender é diferente de copiar.

Estamos falando de uma carteira com renda variável. Ninguém pode prever o comportamento do mercado.

Antes de qualquer investimento, estude. Não seja apenas um passageiro de canais pela internet. Crie sua própria filosofia de investimentos.

Continuando…

Como o mercado se comportou no último mês

Para quem começou há poucos meses na Bolsa e estava acreditando que só existia o caminho das constantes valorizações, pode perceber que nem sempre é assim.

Em junho de 2021 chegamos à Bolsa chegou a bater 131 mil pontos. Do outro lado, em 17 de agosto de 2021 — dia que escrevo esse texto —, a Bolsa tem seus 119 mil pontos. Uma queda de aproximadamente 9% em apenas 2 meses.

IBOV

Diversas justificativas serão encontradas em sites de notícias, dentre eles, principalmente o risco fiscal no Brasil. Mas, independentemente disso, as companhias continuam a funcionar, seus produtos continuam a ser vendidos, seus lucros ampliados e assim por diante.

Esse é um dos motivos que temos que ter uma carteira de investimentos que não fique a mercê desse tipo de situação. Por isso é que a arquitetamos de forma a nos beneficiarmos de diferentes cenários políticos e econômicos.

Dessa forma, como sempre gosto de dizer: “pé no chão”. Da mesma forma que o mercado , ele também tira. Sejamos sempre sensatos.

A carteira em julho

Relembrando, nossa carteira, no último episódio, estava distribuída conforme a imagem abaixo:

Não entrarei no mérito de quanto ela se valorizou nesse período. Quero tirar essa crença de que precisamos medir a performance mensalmente — e comparar isso a algo ou com alguém. Nosso objetivo é 2027, e rentabilidade de curto prazo não garante rentabilidade de longo prazo.

Foquemos na disciplina e nos aportes constantes.

Novo aporte

Seguindo o combinado de aportar R$ 1 mil mensais na carteira, já estou com o montante disponível. Mas, não em uma corretora, agora serão duas corretoras.

Nesse mês, além de reforçar posição nos ativos pelos quais já estamos investindo, optei por incluir uma nova posição no exterior. Falarei melhor dessa posição no decorrer do texto.

Percentual de alocação

A única alteração nos percentuais de alocação será por parte da disposição dentro de renda variável — que agora terá uma parte alocada fora do Brasil. O restante, permaneceremos com os mesmos percentuais.

Alocação por classe:

ClasseAlocação
Proteção Caixa30%
Proteção Cambial10%
Renda Variável60%
Total100%

Dentro de Renda Variável, teremos três subclasses

Subclasse Alocação
Ações50% (reduzido)
Fundos imobiliários30%
Stocks (novo)20% (novo)
Total100%

Dentro de ações, teremos o seguinte

AtivoAlocação
EQTL320%
PSSA320%
ITSA420%
SULA1120%
CGRA420%
Total100%

Em fundos imobiliários

AtivoAlocação
BCFF1133,34%
IRDM1133,33%
GGRC1133,33%
Total100%

E em stocks, de momento, somente um único ativo

AtivoAlocação
GOOGL100%
Total100%

GOOGL – Alphabet Inc Class (Google)

Quem é que não conhece a Google. Uma das maiores empresas de tecnologia do mundo.

A Google começou em 1996 como um projeto de pesquisa de doutorado. Em 1998 a empresa foi constituída, inicialmente sendo um motor de busca para a internet.

Atualmente, além de ser o principal motor de busca, possui diversos outros produtos e serviços ligados à tecnologia. Quem nunca ouviu falar no Gmail, no Google Earth, Google Classroom, Smartphone Nexus, sistema operacional Android ou mesmo no Youtube?

Sem dizer também do Googles Ads e Adsense para quem trabalha com campanhas publicitárias, ou recebe receita proveniente de anúncios, na internet? Incluo-me nisso.

Esses são somente alguns exemplos. A Google possui uma gama gigantesca de produtos e soluções, tanto para o meio pessoal como profissional. Dificilmente você não se utiliza de algum desses, ou de outros tantos, serviços que ela oferece.

Mas não é só por isso que ela está entrando na carteira. Ela respeita diversos critérios que abordo nos pilares ao se escolher uma companhia. Digo diversos, porque em especial, tem dois que não estão 100% aderentes — explicarei em seguida.

Primeiramente, ROE e Margem Líquida impressionantes de 26,49% e 28,57% respectivamente. Dívida líquida sobre o patrimônio é negativa, o que demonstra que a companhia tem caixa sobrando.

Sua liquidez corrente de 3,15 demonstra a capacidade financeira de honrar com dívidas de curto prazo. Importante em caso de algum colapso mais forte no mercado.

O crescimento de lucro e patrimônio da empresa é constante e crescente já há mais de 10 anos. É mais um ponto positivo.

As únicas ressalvas ficam para seu P/L e P/VP de 29,21 e 7,74 respectivamente. Quem me conhece sabe que dou preferência a empresas mais descontadas. A questão principal aqui é que o mercado precifica empresas de tecnologia de maneira diferente a outros setores.

As expectativas futuras do mercado forçam esses dois indicadores serem mais altos. De qualquer maneira, se comparado a algumas companhias brasileiras, podemos dizer que o Google é uma opção bastante interessante.

Em suma, é uma empresa a qual sou um cliente satisfeito, uso-me de diversos de seus produtos no dia a dia e sua força me faz querer incluí-la na carteira.

De todo modo, temos sempre que ficar atentos a questões políticas que podem interferir no resultado da companhia — assim como já tentaram no passado, não somente com Google, mas também com Facebook. Ainda assim, estamos falando de uma carteira diversificada. Google será apenas uma parte dela.

Vamos as compras

Realizada essa definição, vamos as compras.

Os detalhes de como se deram a compra dos ativos, você pode verificar no vídeo abaixo.

Conclusão

Já chegamos a uma estrutura bastante interessante na carteira. Agora temos exposição tanto no Brasil quanto fora.

Temos ainda espaço para incluir alguns ativos um pouco mais especulativo. Mas, de momento, como sempre, um passo de cada vez.

E como sempre digo, mais do que compartilhar informação, quero trazer a essência da responsabilidade. Aos poucos vamos refinando a carteira. Temos um longo caminho até os R$ 100 mil, e certamente ele seria muito mais longo caso trocássemos os pés pelas mãos.

Como o oráculo de Omaha, Warren Buffett, nos ensina, o segredo não está em termos retornos astronômicos, mas nos mantermos vivos pelo maior tempo possível no mercado financeiro.

Espero ter agregado conhecimento.

Por fim, sou Paulo Boniatti, um forte abraço e tchau!

Escritor, autor do livro Montando uma Carteira de Investimentos Inteligente. Paulo Boniatti é pós-graduado em Gestão em Mercado Financeiro pela FAE Business School. Especialista em investimentos e adepto da filosofia do antifrágil, tem como principal característica a maneira simples e descomplicada de explicar o mercado financeiro. Além de youtuber e criador do canal SaldoZero, é também gestor do Clube de Investimentos Opportuna CI.

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