Ep2 – Do SaldoZero aos R$ 100 mil – novas compras

Dando sequência a mais um episódio dessa série que tem como objetivo mostrar na prática, com dinheiro real, o racional e a dinâmica na montagem e condução de uma carteira de investimentos, vamos para mais um mês de aportes.

E hoje, incluiremos mais duas companhias na carteira.

Lembrando, nosso objetivo é o de alcançar R$ 100 mil por meio de aportes mensais de R$ 1 mil. Quando alcançaremos esse objetivo? Segundo nossas expectativas: 2027. Será alcançado antes ou depois disso? Não há como afirmar, e só o tempo para responder.

Aproveito para convidar você, caso não tenha visto o primeiro artigo, acesse-o aqui e entenda os detalhes da dinâmica dessa série e qual foi o racional por de trás na elaboração base da carteira.

Como o mercado se comportou no último mês

Maio foi um mês que marcou a continuidade da CPI que investiga a condução do governo frente ao combate à pandemia. Somado a isso, um dado bastante importante é referente ao PIB brasileiro que subiu acima do que o mercado esperava.

Questões como essas são suficientes para movimentar a Bolsa. E, principalmente pelo fator PIB, o Ibovespa (nosso principal índice) saltou de 118 mil em 30 de abril para 126 mil em 31 de maio, uma alta de mais de 6%.

É importante compreendermos que, 6% é uma alta bastante expressiva para um único mês, e que isso é algo longe de ser rotineiro. Muitos novatos começam a investir, conquistam uma rentabilidade expressiva como essa e passam a fazer provisões e cálculos milagrosos.

Cuidado, sempre “pé no chão”. Da mesma forma que o mercado , ele também tira, caso coloquemos a ganância à frente da razão.

Aviso importante

Um aviso ultra importante! Não copie essa carteira!

Estou sempre avisando que o que abordo é apenas um compartilhamento de conhecimento. Mas ao que parece nem sempre é suficiente.

Lembre-se que, apesar de eu estar utilizando dinheiro real, estamos falando de uma carteira com renda variável. Antes de qualquer investimento você precisa estudar.

Não seja apenas um passageiro de canais pela internet. Crie sua própria filosofia de investimentos.

Continuando…

A carteira em maio

Relembrando, nossa carteira, no primeiro episódio, estava distribuída conforme a imagem abaixo:

Não entrarei no mérito de quanto ela se valorizou nesse período pois quero tirar essa crença, de que precisamos medir nossa performance mensalmente e comparar isso a algo. Nosso objetivo é 2027, e rentabilidade de curto prazo não garante rentabilidade de longo prazo.

Foquemos na disciplina e nos aportes constantes.

Novo aporte

Seguindo o combinado de aportar R$ 1 mil todo mês na carteira, já estou com o montante na corretora disponível para nossos novos investimentos.

Nesse mês, além de reforçar posição nos ativos pelos quais já estamos investindo, optei por incluir duas novas companhias. A segunda delas não faz parte dos holofotes tradicionais do mercado.

SULA11 – SulAmérica

Empresa do setor de seguros. Veja, é a segunda seguradora a ser incluída na carteira — já demonstrei meu apreço pelo setor. Mas por qual motivo estaria eu incluindo uma segunda seguradora? Estaria me expondo em demasia a um único setor?

A SulAmérica após uma restruturação que ocorreu alguns anos atrás, vendeu sua carteira de seguros auto, dando maior foco nos seguros saúde e odontológico.

Portanto, apesar de ser seguradora, seu foco está mais ligado ao setor de saúde — que também me atrai —, se diferenciando assim da Porto Seguro que tem maior foco em auto.

Portanto, apesar de ser uma segunda seguradora, temos exposição em segmentos diferentes, e ambos com bom potencial de crescimento.

Um outro fato que me chama bastante atenção na SulAmérica: seu caixa. A companhia tem uma disponibilidade de R$ 17 bi, e vale no mercado R$ 14 bi, uma diferença positiva no caixa de quase R$ 3 bi.

De maneira mais lúdica quer dizer que, se alguém a comprasse na totalidade por R$ 14 bi, levaria para casa R$ 17 bi em caixa. Ou, podemos dizer que você estaria pagando R$ 0,82 para cada R$ 1.

Sem mencionar seu ROE, sua Margem e tantos outros indicadores que nos dizem estarmos falando de uma companhia bastante robusta, outra questão que chama atenção é seu indicador P/L que está nas mínimas desde 2011, em 6,23. Será que o mercado não vem exigindo demais dela?

Entre o sim e o não, o fato é que uma grande companhia, bastante consolidada e que traz questões importantes que embasam um aporte nela.

Obviamente, o que foi esboçado aqui é parte de uma análise mais aprofundada, para entender melhor outras questões, sugiro a leitura desse outro artigo que falo dos pilares ao se analisar uma ação.

CGRA4 – Grazziotin

A segunda companhia pela qual estaremos fazendo um aporte é a Grazziotin. Essa empresa é pouco comentada. Isso se justifica pelo fato de sua baixa liquidez se comparado as grandes da bolsa, o que dificulta a especulação em demasia por parte de grandes fundos de investimentos.

O grupo Grazziotin é do setor de varejo. Fundada em 1950 é uma rede de lojas de departamentos que oferece várias opções de produtos de moda, calçados e cama, mesa e banho. Dona da rede de lojas Grazziotin, Pormenos, Franco Giorgi e Tottal Casa & Lazer.

O que chama atenção nessa companhia, além de outros fatores, é seu bom ROE e Margens quando comparado a outras empresas ligadas ao varejo. Além disso, seu baixo endividamento. A propósito, é uma empresa que tem dívida líquida negativa, o que nos diz que ela está com caixa.

Somado a isso, bons indicadores de preço também chama atenção e pode nos dar uma maior margem de segurança.

Ademais, é uma empresa que demonstra números bastante constantes no decorrer de anos, apesar do setor turbulento.

Não entrarei em mais detalhes uma vez que fiz um artigo comparando-a com outras redes.

Portanto, apesar de não ser um setor que me atrai, é uma empresa que, justamente por fazer parte de um setor turbulento, e ao mesmo tempo ter números sólidos, me chama atenção.

Percentual de alocação

A única alteração será porte parte da disposição das ações dentro da parte de Renda Variável. O restante, permaneceremos com os mesmos percentuais.

Alocação por classe:

ClasseAlocação
Proteção Caixa30%
Proteção Cambial10%
Renda Variável60%
Total100%

Dentro de Renda Variável, teremos duas subclasses

SubclasseAlocação
Ações70%
Fundos imobiliários30%
Total100%

Dentro de ações, teremos o seguinte

AtivoAlocação
EQTL320% (reduzido)
PSSA320% (reduzido)
ITSA420% (reduzido)
SULA11 (novo)20% (novo)
CGRA4 (novo)20% (novo)
Total100%

E em fundos imobiliários, apenas um ativo

AtivoAlocação
BCFF11100%
Total100%

Vamos as compras

Realizada essa definição, vamos as compras.

Os detalhes de como se deram a compra dos ativos, você pode verificar no vídeo abaixo.

Conclusão

Mantemos nossa estratégia da criação de uma boa base na carteira.

Podemos incluir nessa carteira outros ativos mais especulativos, como criptomoedas por exemplo? Obviamente que sim.

Podemos incluir também ativos internacionais? Logicamente também.

A questão é que temos R$ 1 mil ao mês para irmos desenvolvendo a carteira. E certamente iremos incluir outros ativos. Galgaremos degrau a degrau.

Mais do que compartilhar informação, quero trazer a essência da responsabilidade. Aos poucos vamos refinando a carteira. Temos um longo caminho até os R$ 100 mil, e certamente ele seria muito mais longo caso trocássemos os pés pelas mãos.

Como o oráculo de Omaha, Warren Buffett, nos ensina, o segredo não está em termos retornos astronômicos, mas nos mantermos vivos pelo maior tempo possível no mercado financeiro.

Espero ter agregado conhecimento.

Por fim, sou Paulo Boniatti, um forte abraço e tchau!

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